A cachaça é uma das bebidas alcoólicas mais tradicionais no Brasil.
Com tantos alambiques espalhados pelo país, algumas marcas ganharam destaque nos últimos anos entre as melhores cachaças. Esse é o caso das empresas cariocas.
Antes de continuar, falaremos um pouco acerca das bebidas destiladas, categoria da qual a cachaça faz parte.
Bebidas destiladas
As bebidas destiladas, em geral, são todas as que excedem 20º de teor alcoólico. Entre elas estão o uísque, a vodca, o rum, o gin, a tequila, o conhaque, e a prata da casa, a cachaça.
O processo de destilação ocorre devido à diferença entre o ponto de ebulição da água (100º C) e o ponto de ebulição do álcool (78,3º C).
Para obter qualquer destilado, você deve começar a partir de um líquido fermentado com um teor de álcool relativamente baixo e uma grande porcentagem de água. A cachaça usa o suco da cana.
A fabricação de algumas bebidas começa com líquidos com uma graduação alcoólica entre 11 e 12º.
O que se faz é aquecer o líquido num alambique a uma temperatura de 78,3 ° C (temperatura a que ferve o álcool). O álcool então evapora e é separado da água.
Posteriormente, esse álcool vaporizado e outros compostos voláteis e aromáticos (que estão no estado gasoso) são resfriados para retornar ao estado líquido.
Desta forma, o líquido resultante tem um teor alcoólico muito superior, 60º ou 70º (que é posteriormente retificado com água para atingir o teor alcoólico desejado).
Uma vez obtido, o destilado pode envelhecer, geralmente em recipientes de madeira (carvalho, cerejeira e outros).
O período de envelhecimento pode durar anos e até várias décadas.
Tal como acontece com os vinhos, um destilado com envelhecimento ganha complexidade aromática e gustativa.
Geralmente, destilados com longos períodos de permanência na madeira são chamados de “premium”.
E a nossa velha e boa cachaça?
Quando perguntamos sobre os destilados de maior sucesso no mundo, ouvimos nomes como a vodca, popular na Rússia, e uísque, sendo a Escócia uma famosa produtora.
No entanto, o Brasil também produz uma bebida destilada, a cachaça, que também possui certificações internacionais e é consumida em várias partes do mundo.
O Rio de Janeiro é um dos polos produtores do produto.
O estado passou a ser reconhecido pela alta qualidade e pelas inúmeras premiações nacionais e internacionais que conquistou graças à cachaça produzida.
É isso mesmo, na lista das bebidas destiladas, a cachaça fluminense está entre as melhores do mundo.
Mas, o êxito do produto não é em vão.
A melhoria na qualidade da aguardente produzida no estado deve-se a alguns projetos da Secretaria de Estado de Agricultura.
Como forma de apoiar os produtores, a Secretaria, através do programa Prosperar, disponibilizou cerca de 1 milhão de reais em empréstimos a juros baixos para produtores.
Mas a produção de cachaça de alta qualidade, tipo exportação, conta ainda com outro apoio importante.
A Emater-Rio, ligada à Secretaria de Agricultura, oferece assistência técnica aos produtores rurais.
Além dos empréstimos e do apoio técnico, os produtores ainda recebem incentivos à comercialização permanente.
O Rio de Janeiro tem abundantes belezas naturais, e, além disso, também abundam no estado os alambiques. São mais de 60, espalhados em várias regiões.
Atualmente, os principais municípios produtores da bebida são Três Rios, Quissamã, Campos dos Goytacazes, Cambuci, Resende, Paty do Alferes, Carmo e Miguel Pereira.
Mas, a grande campeã é a cidade de Paraty, que foi a primeira a receber o Registro de Indicação Geográfica da Cachaça.
Os bons resultados animam os produtores do setor mesmo em um momento em que empresários de outros nichos estão com receio de retornar às atividades.
Quando perguntado sobre o crescimento na produção e, sobretudo, na qualidade do produto carioca, Marcelo Queiroz, secretário estadual de Agricultura destacou a excelência da bebida produzida no estado graças ao apoio da secretaria.
Marcelo ainda comemora as premiações que a cachaça fluminense recebe.
Ele salienta a consolidação do estado como produtor de cachaças de alta qualidade.
E lembra os investimentos que a indústria recebeu, e que resultaram, nos últimos anos em reconhecimentos internacionais.
Outra pessoa que conversou com a reportagem sobre o êxito que vem recebendo a bebida produzida no estado foi o médico veterinário Eulógio Caldas, o qual trabalha na Emater-Rio e participa do programa Prosperar há 15 anos.
Eulógio comentou que o mais significativo foi trabalhar pela atualização dos meios de produção, sendo possível assim melhorar os atributos da bebida produzida no estado e agregar valor à produção. O especialista destaca não só o aumento da qualidade, mas também a geração de mais empregos na zona rural.
Essa é uma boa notícia para produtores e consumidores do produto que, possivelmente dentro de algum tempo poderão contar com a tecnologia também para receber o produto em casa. Isso graças à ajuda de robôs.
Por fim, Eulógio disse ainda que investimentos foram feitos não só para fabricar as melhores cachaças, mas também a fim de trabalhar a diversificação da produção. Atualmente, 25 das 64 indústrias acompanhadas pelo programa fabricam também outros derivados da cana, como rapadura, melado e açúcar mascavo.
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Conclusão
A cachaça produzida no estado do Rio de Janeiro vem conquistando os paladares do Brasil e do mundo.
A bebida já recebeu o Registro de Indicação Geográfica da Cachaça e está na lista dos melhores destilados do mundo.
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