Mulheres empreendedoras

As brasileiras são 45% da força de trabalho no Brasil, entretanto, elas ocupam apenas 37% dos cargos de chefia nas empresas. No setor público, esse número cai ainda mais: 21,7%, de acordo com o IBGE. Mas esse quadro vem mudando e as mulheres empreendedoras têm ganhado espaço no mercado de trabalho, principalmente com empreendedorismo.

O Brasil possui 7,3 milhões de mulheres, de acordo com estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Esse número corresponde a 31,1% do total de 23,5 milhões de empreendedores que empregam no país.

São elas as mais interessadas em começar um novo negócio. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2016, realizada pela parceria entre Sebrae e IBQP, a taxa de empreendedorismo feminino entre os novos empreendedores é de 15,4%, já a masculina é de 12,6%.

A GEM também revela que quase metade das empreendedoras iniciais atua em quatro atividades principais: serviços domésticos, beleza, roupas e acessórios e gastronomia. São mulheres entre 30 e 40 anos, que precisam de uma renda extra para complementar o orçamento mensal. Entre as novas empresárias, 48% iniciam um novo negócio por necessidade, já entre os homens esse número cai para 37%.

Heloísa (Zica) Assis é um exemplo deste perfil. Depois de anos atuando como babá, empregada doméstica e faxineira, encontrou nos próprios cabelos uma ideia para empreender. Zica não estava satisfeita com a aparência de seus fios cacheados e nunca encontrava produtos que a agradassem no mercado. Disposta a encontrar uma solução, fez um curso de cabeleireira e começou a criar e testar fórmulas de produtos. Foi assim que encontrou a fórmula ideal para tratar seus fios e começou a chamar a atenção de amigas e conhecidas.

Percebendo a oportunidade de levar o produto a outras mulheres Zica e mais três sócios juntaram-se para abrir o primeiro salão.  Nascia aí o Instituto Beleza Natural, especializado em cabelos crespos e ondulados e com produtos próprios. Hoje, o Instituto conta com mais de 40 endereços em todo o Brasil e Zica passou a integrar a lista das dez empresárias mais poderosas do Brasil, segundo a revista Forbes.

Outro destaque no mercado é Lênia Luz. Fonoaudióloga por formação, encontrou-se quando mudou de área e decidiu empreender. Participou em 2011 do projeto 10.000 Mulheres – programa global do banco de investimentos Goldman Sachs e da Goldman Sachs Foundation, que proporciona educação em administração e gestão de negócios a mulheres empreendedoras, a fim de ajudar a melhorar a qualidade da educação empresarial nos países em desenvolvimento.

A experiência e a convivência com outras empreendedoras inspiraram a criação de um blog para compartilhar conhecimentos profissionais. Em 2012 o “Empreendedorismo Rosa” foi ao ar pela primeira vez. Com conteúdo direcionado e pensado especialmente para mulheres que empreendem, Lênia busca fazer a diferença na trajetória de outras mulheres. CEO e diretora executiva da “Aurelio Luz Varejo & Franchising”, empresa de consultoria que fundou junto com seu marido e sócio, Márcio Aurelio, ela se tornou referência e fonte de inspiração para muita gente.

As mudanças culturais e econômicas no Brasil vêm provocando uma transformação no perfil do empreendedorismo. As mulheres empreendedoras vêm ocupando um número cada vez maior à frente de empresas. Seguindo esse caminho, diversas iniciativas têm nascido da necessidade de estimular cada vez mais a presença feminina em cargos de liderança. Uma novidade que promete agitar este mercado é o XFactor Ventures, fundo de investimento voltado para startups que tenham pelo menos uma mulher entre seus fundadores.

A iniciativa conta com uma verba de US$ 3 milhões (R$ 9,6 milhões). O dinheiro será usado em startups que estejam em estágios iniciais de desenvolvimento e ofereçam soluções disruptivas – inovação tecnológica (produto ou serviço) capaz de derrubar uma tecnologia já preestabelecida no mercado.

Essas iniciativas destacam o quanto tem crescido a presença feminina no mercado empreendedor. E, com tantas oportunidades de negócio e alto índice de engajamento, esse número só tende a aumentar.

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*Com informações de O Globo, Exame, Época Negócios e Dicas de Mulher.

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