A economia sentiu o balanço do fechamento do comércio e dos serviços não essenciais, por causa da pandemia. Empresários cariocas comentam os resultados dos últimos meses de 2020.
A pandemia causada pela disseminação do vírus Sars-Cov-2, mais conhecido como coronavírus, que causa a enfermidade respiratória COVID-19, além de mortos, foi responsável por uma grande queda nos níveis econômicos ao redor do mundo.
No Brasil, ademais das cifras alarmantes no tocante às questões de saúde, também pudemos acompanhar todos os efeitos que a pandemia vem provocando em praticamente todos os setores da economia.
As medidas tomadas pelas cidades e estados, especialmente no primeiro semestre de 2020, a fim de frear o índice de contágios gerou também a perda de postos de trabalhos e o fechamento de negócios em todo o país.
Pouco a pouco, no entanto, as autoridades começaram a flexibilizar as medidas para evitar os contágios, comércios e serviços não essenciais que ficaram impedidos de funcionar foram gradativamente sendo reabertos, e os empresários começaram a retornar às atividades.
Foi apenas no fim de junho que vários segmentos do comércio no Rio de Janeiro voltaram a funcionar.
A grande dificuldade então foi a de tentar conciliar as novas medidas de biossegurança implementadas com o reaquecimento econômico.
Uma pesquisa realizada com empresários do Estado do Rio de Janeiro mostrou os impactos sofridos por eles nos últimos meses.
Os resultados apresentam uma comparação especialmente entre os dois últimos meses de 2020.
Alguns dos setores consultados, no entanto, fazem parte dos negócios que esperam estar em alta em 2021.
Pesquisa com os empresários
O levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) teve a participação de 594 empresários e ocorreu entre os dias 03 e 06 de dezembro de 2020.
A finalidade é acompanhar os setores, que sofreram consideráveis perdas durante o ano.
A pesquisa revelou que mais de 20% dos entrevistados dos setores de comércio e serviços do estado consideram que a situação dos seus negócios melhorou no último trimestre de 2020.
Contudo, embora os números possam parecer animadores, diante da mesma pergunta, em novembro, o percentual de pessoas que afirmavam uma melhora em seus respectivos setores eram de 23,8%.
Por outro lado, quando perguntados acerca das expectativas para o primeiro trimestre de 2021, aproximadamente 71% dos empresários afirma que esperam que haja melhora.
Já a porcentagem de pessimistas foi de 12,3%, que consideram que pode haver uma piora nos próximos meses.
A pesquisa da Fecomércio-RJ ainda apontou que 17,3 % dos empresários entrevistados disseram que houve um incremento nas demandas por bens e serviços; o número representa uma queda de 4% em relação ao mês de novembro.
Mercado de trabalho
Quando perguntados sobre o quadro de funcionários, a pesquisa apontou que 6,9% dos entrevistados em novembro disseram que consideravam o aumento das contratações; em dezembro, esse número caiu para 4,2%.
Para 44,9%, o quadro foi estabilizado. 4,2% falaram de um aumento significativo de funcionários.
Fornecedores
Sobre os custos operacionais, especialmente nos gastos com fornecedores, os empresários falaram à pesquisa do Fecomércio-RJ que, devido aos custos, poderá haver, nos próximos meses, um aumento para o consumidor final.
A razão principal, é a conhecida lei de oferta e procura.
E são precisamente os custos operacionais os responsáveis pelo crescimento do endividamento.
Além disso, 55,9% dos empresários afirmam que seus estoques ficaram abaixo do planejado, para 33,3% ficou igual ao planejado e 10,9% tiveram o estoque acima do planejado.
A Fecomércio-RJ também consultou os empresários sobre as dificuldades enfrentadas para o reabastecimento. 75,1% afirmaram encontrar dificuldades, enquanto 24,9%, não.
As maiores dificuldades foram para conseguir produtos nacionais (41,3%).
A porcentagem de pessoas que tiveram problemas com os produtos importados foi de 8,9%. 49,7% tiveram dificuldades no mercado nacional e internacional.
Dívidas
Conforme informações que também foram conseguidas por meio da pesquisa, em dezembro, 26,9% dos entrevistados disseram não ter dívidas. Esse número em novembro era de 29,5%.
Isso também impactou o índice de inadimplência.
Conforme apurado pela pesquisa, em novembro, 46,9% dos empresários dos setores de comércio e serviços afirmavam não estar inadimplentes.
Em dezembro, esse número caiu para 39,2%, o que indica um crescimento no atraso dos pagamentos.
Outros 11,4% disseram que seus negócios estão muito inadimplentes, e 27,2% afirmam não ter maiores problemas nesse sentido.
Por outro lado, os dados mostrados pela pesquisa indicam a necessidade de uma maior austeridade nas gestões dos negócios em 2021.
Uma das formas recomendadas, é o planejamento financeiro.
Expectativas para o ano novo
Com o fim do totalmente atípico ano de 2020, surgiram, ou cresceram, as expectativas para 2021.
A expectativa principal para muitas pessoas é a chegada da vacina para o coronavírus.
A chegada do imunizante poderia possibilitar, em parte, a volta do crescimento de alguns setores como o turismo.
Enquanto ainda há muitas incertezas, o que recomendamos aos empresários, é que aproveitem o ano para formar-se.
Uma das dicas é dedicar tempo para ler livros que ajudem a melhorar a gestão dos negócios.
Além disso, é bom estar atento a uma solução intermediária, entre os escritórios convencionais e o home office, que deve crescer em 2021.
Conclusão
A pesquisa da Fecomércio-RJ indicou que a retomada das atividades econômicas pelos empresários cariocas ainda não teve tão bons resultados.
Segundo os dados, subiu a inadimplência e a foi frustrada a expectativa pelo aparecimento de vagas no mercado de trabalho.